No meu “aviso aos navegantes” alertei que, além de relembrar os anos do Pirão, iria dar uma geral nas gavetas e também na memória e relacionar uns assuntos sobre outras coisas que não apenas o jornal. Afinal, blogue é para isso – o sujeito escreve sobre o que lhe der na cabeça.
Uma ocasião, faz uns seis, sete anos, tive que desenvolver uma matéria para um programa de rádio, tarefa da faculdade. Liguei para o Alex e perguntei se ele não poderia me dar uma entrevista. Faria a inserção no programa falando do memorável show que a banda Uniclãs havia feito em Floripa, com participação especial do vocalista dos Titãs Paulo Miklos.
Proposta aceita, fui até a casa do Alex uma tarde para fazermos a entrevista. Cheguei lá e, após um papo para pôr as novidades em dia (a gente não conversava com frequência naqueles tempos), partimos para a gravação das perguntas. Pensei um pouco, elaborei mentalmente a questão, liguei o gravador e fiz um esforço tremendo para narrar no aparelhinho a “cabeça” da matéria, algo mais ou menos assim:
– No último final de semana, a banda Uniclãs fez um show especialíssimo com uma participação do “titã” Paulo Miklos etc., etc… Alex, o que você achou… etc., etc?
E ele:
– Bem, hã, eu… hã, mmmfffff HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!
Tudo bem, Alex, vamos tentar de novo. E lá ia eu narrar de novo a cabeça da matéria, tentando não tropeçar no português nem carregar no sotaque:
-… Estou aqui com o guitarrista da Uniclãs, Alex. Alex, o que você achou blá, blá, blá..?
– Claro, hã, eu, mmmmmmffffff…HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!!!
– Tá certo, mas agora vamos ver se sai…
– HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!!
Não havia jeito. Bastava apontar o gravadorzinho para a boca do Alex que ele desatava um riso descontrolado. Gargalhava quase até às lágrimas. E eu precisava fazer duas perguntas.
Depois de muitas tentativas, um caminhão de risadas por parte do Alex, conseguimos terminar a locução. O take se perdeu entre as fitas editadas no estúdio de radiojornalismo da Univali, uma pena.
Conto esse episódio pois acho que ilustra um pouco da personalidade do Alex, sujeito de uma irreverência que desafia a seriedade de qualquer tema, brincalhão e boa praça. Isso para não falar daquilo que todo mundo em Porto Belo está careca de saber: é um guitarrista excepcional. Um canhoto com uma habilidade que chega a dar raiva nos mortais que, como eu, não conseguem enfileirar meia dúzia de dós, rés e mis com um mínimo de competência.
Aristides - Ti
Dil o Alex é um tipo raro de se encontrar principalmente nos dias de hoje e não é por acaso que tanto o admiramos! Recordações me vêm à cabeça e como no texto acima todas muito engraçadas, curiosas e cheias de saudades. Só tem um porem até da pra perdoar ele ter deixado heavy metal meio de lado agora esse cavanhaque MEU DEUS.
Alcides Mafra
Ari, acho que o cavanhaque é pra fazer um tipo mais sério. Mas não funcionou muito. Diz o Arão que ficou parecido com o Robert Downey Jr. Será?
Roberto de Souza
Pra começar o dia de bem com a vida, nada melhor que dar umas boas risadas logo cedo pela manhã.
Parabéns pelo blog e peça pra Bete continuar divulgando no Facebook.
Um abraço!
Roberto
Alcides Mafra
Fala Robert, tudo certo? Bacana teres aparecido aqui. Tou tirando umas coisas da cartola pra turma relembrar. Se tiveres alguma boa aí, vai ser legal compartilhar. Abração!
Osvaldo Eduardo Di Pietro Vadão
Alex, a calma em pessoa, cara boa praça e se ele toca ou não toca bem sua guitarra ou seria baixo? bom…dorémifa não é a minha praia, mas se quem entende diz que ele é bom, assino embaixo.
Alcides Mafra
Fala Vadão! Fora tudo isso, o homem realmente toca muito. Guitarra, pra constar.
Alex Snacho
Valeu, Dil, valeu amigos pela lembrança! Essa entrevista foi engraçada mesmo!!!
Alcides Mafra
Fala Alex, tudo bem por aí? Foi um barato mesmo aquela conversa. Eu como repórter de rádio consigo ser pior do que como baixista. Valeu a visita!
Joelma
Cidi, pergunta pro Rex se ele lembra de ter cantado uma vez na vida “I’m not dog no”? rsrs …faz muiiitos anos!
Alcides Mafra
Oi Joelma. Será que o Alex já cometeu essa pérola? Nos bons tempos, sei que ele cantava umas coisas menos “peculiares”. Beijo e brigado pela visita.
Naná
hahahahaha muito bom, pessoas simples e talentosas (entrevistador e entrevistado)!!!
Alcides Mafra
Oi Naná, posso falar pelo Alex, que é um baita talento, um cara que descobriu quase tudo o que sabe sobre a guitarra por conta, sozinho, e que serve de inspiração pra todo mundo que almeja desenvolver um talento: é preciso perseverar. Beijão.
Marcelo
Só tem gente boa comentando por aqui!
Alcides Mafra
Fala Marcelo, valeu por se juntar a essa turma. Brigado pela visita. Abraço!