Mick Jagger no Terno de Reis

Imediações do “Beco do Amadeu”, 3h45 de quinta-feira. Dezenas de “Cálix bento” e “Papagaio pena de ouro” depois, o pessoal já acusa o cansaço. Mesmo assim, ainda há um evidente clima de diversão, demonstrado nas trocas de olhares que parecem compartilhar uma piada secreta.

Mais importante: todos sentem o alívio de terminar a noitada de Reis com dignidade, após três tiros n’água que nos fizeram suspeitar de que havia um “Mick Jagger” entre nós.

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Antes, claro, houve três acertos. O primeiro ainda na noite de quarta, lá no Canto Grande, onde, embora alertada de antemão da nossa visita, a proprietária da charmosa pousada Vida Feliz, Marisa, nos recebeu com genuína emoção. Assim como os hóspedes da casa, um dos quais brindou o Carlinhos com uma garrafa da boa cachaça mineira.

Dali seguimos para Porto Belo, onde ocorreu a segunda visita bem-sucedida: Jamil e dona Lete nos receberam com pastéis de forno, bolo de chocolate e cervejas. E aderiram ao cortejo, junto com a Rafa e a Naná.

E todos fomos até a casa de Carlão e dona Áurea, com resultado idêntico aos primeiros: a alegria de receber à porta um terno de Reis, do jeito como era antigamente.

Daí em diante, a coisa desandou.

PRIMEIRO REVÉS

Primeiro, na bodega do Carlinhos. Quase ninguém na rua, só dois curiosos na esquina, e nada da Bel ou do Carlinhos aparecer para reforçar a cantoria.

Mais uma tentativa: um tio do Cezinha. Apenas o cachorro da casa apareceu, após duas músicas, e ainda assim não se mostrou muito impressionado. Fez sua função de cão, latiu protocolarmente, mas ninguém mais apareceu.

Partimos para a última visita da noite, um pouco deprimidos a essas alturas. E não é que na casa do Geraldão, pai do nosso repentista Coveiro, a sorte não mudou? Nem adiantou aumentar o tom, puro desespero já, que a luz da garagem manteve-se teimosamente apagada.

Desânimo total (ainda mais que, nos chegou a informação, Geraldo tinha abarrotado a geladeira de cervejas. Acontece que tem o sono pesado, e ficamos a ver navios).

Foi então que a Rafa deu a dica certeira: “Vamos no Romilton!”

Dito e feito. Nem chegamos ao “era o eu, era o Rei do mundo inteiro” e a luz da frente já acendeu. Romilton recebeu-nos, assim como a Nice e o Júnior, com entusiasmo, não obstante o adiantado da hora.

E assim, desempatamos o placar. Nada mal para uma noite de trabalho.

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  1. Egeu Laus

    Um abraço Alcides! 🙂

  2. Isso que eu chamo de “saber viver”, compartilhar alegria…parabéns para todos os envolvidos

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