A essas alturas, o papa Francisco está circulando pelas ruas do Rio de Janeiro, a repetir a rotina de outros pontífices antes dele, que no Brasil também estiveram. Um dos quais, o popular João Paulo II, tinha por hábito beijar o solo do país em visita assim que descia do avião – não sei se compartilhado pelo atual ocupante do Trono de São Pedro.
Mas o que essa atual visita me faz lembrar mesmo é que, durante a passagem de João Paulo II por Florianópolis, em outubro de 1991, um velho conhecido nosso havia sido destacado para compor o contingente responsável por garantir a segurança papal durante a visita. Ele, porém, rejeitou a honra, preferindo correr para Porto Belo.
Candôco sempre fora fanático por aviões. Por isso, decidiu servir à Aeronáutica. E não se deteve diante da recusa do médico responsável pela seleção, que por fim o orientou a arranjar uma “chapa” de pulmão de outra pessoa para substituir a sua, que apresentava uma mancha que o desqualificava para a vida em caserna.
Pois bem, Candôco serviu durante um ano na Base Aérea de Florianópolis. E era de se esperar que a rígida rotina militar incutisse alguma disciplina no rapaz. Aconteceu justamente o contrário.
Quando foi designado a servir no cassino dos oficiais, Candôco se especializou em aplicar pequenos golpes: tomava cervejas à vontade e as debitava na conta dos tenentes aviadores que frequentavam o local. E tudo ia bem até que ele “engordou” a dívida de um cliente que sequer bebia. Quando o homem, desconfiado, o questionou a respeito, Candôco saiu-se bem:
– Foram os seus amigos que mandaram colocar na conta do senhor. Como eles são meus superiores, não pude questionar!
E foi com igual desfaçatez que o Candôco, que havia sido designado junto com todo o pessoal da base para ajudar a manter a segurança durante a visita do Papa, resolveu dar o cano. Pegou o primeiro ônibus que pôde e se mandou para Porto Belo, para tomar umas com os amigos, naquele final de semana em que o Estado inteiro se enlevava com a presença por aqui de João Paulo II.
Candôco, todos sabem, não é exatamente um homem de fé…
Cezinha
Sorte do Papa….. Essa tua ultima frase diz tudo hahahaha. ”Candôco, todos sabem, não é exatamente um homem de fé…
Alcides Mafra
Além de tudo, Cezinha, provavelmente o pior milico de todos os tempos! Abraço.
Rafaela Serpa
Quando penso que não existem mais “candoquisses” capazes de me surpreender…ótima história Alcides!
Alcides Mafra
Obrigado, Rafa! Tem mais uma incrível na gaveta, autorizada pelo próprio e tudo! Abraço.
marcos savério
o papa é ou era um cara de sorte………..
Alcides Mafra
Sem dúvida, Marquito. Escapou de um atentado… e do Candôco.
Rodrigo Dadam
HAHAHAHA
Sem sombra de dúvidas o Papa foi um cara de sorte…
E creio eu, Alcides, que poderei ajudar em algumas outras histórias, e principalmente com fotos, poucas, mas que poderão fazer parte de vossos enredos, hehehehe
Alcides Mafra
Boa, Rodrigo! Vamos por em andamento essa parceria. Abraço.