Ainda nesse tema das motivações. Sexta à tarde, chegando do trabalho, abraçado a três ou quatro livros, dei uma passada no banco para ver se continuava tudo no azul. Ao lado da agência, atravessando a rua, no boteco do Carlão, o Helinho e o Lipa estão sentados numa mesa, do lado de fora do bar. Há mais alguém ali, que não conheço. Sobre a mesa, alguns copos plásticos e uma garrafa dois litros de Fanta (?). A turma me cumprimenta e eu respondo, meio apressado, antes de entrar na agência. Na saída, vejo que o Lipa já está pegando a bicicleta para ir embora, ele talvez mais magro que a própria “magrela”. Aí o Hélio me sai com esta: “Dil, escreve um livro pra mim?” Pego de surpresa, faço eco da pergunta: “Um livro?”. Ele confirma. Confuso (talvez ele estivesse me confundindo com o Maninho, nosso prolífico – nos dois sentidos – poeta local), respondi que sim, faria. E tudo conspirou para que este blogue nascesse. Poderia agora responder melhor ao Helinho: “Xá comigo!”
…para escrever num blogue. Bem, depois que acendeu a luzinha, veio o fim de semana, e conversávamos lá na casa do meu irmão, o Arão. Estavam ainda ainda o Ari, Candôco, respectivas esposas de todo mundo. Então o Arão falou de uma conversa com um morador daqui de Porto Belo (esqueci o nome), que morou na ilha João da Cunha um tempo e tinha histórias de sobra para contar. Sobre a cidade. Arão disse que comentou a respeito do livro que eu havia escrito, sobre Bombinhas, com a Janaína Venturelli, jornalista, que comentou: “É preciso gravar isso” (as histórias do sujeito). No meu caso, pensei, é preciso escrever. E o antigo projeto de um livro sobre PB voltou a exigir atenção. Este blogue serve pra isso, penso, instigar a escrever e, quem sabe, desengavetar o projeto.
Pois é. Plena segunda-feira, fechamento na redação da Photos e o Toni me sai com esta: “Tá na hora de tu fazer um blogue” (ou algo do gênero). Com a má vontade que me caracteriza (especialmente às segundas), resmunguei que não havia nada interessante a escrever. Pois bem, mudei de ideia, e isso por conta de mais duas coisas, que conto depois.